domingo, 27 de março de 2016

ELEONOR

Olá a tod@s que me acompanham! Como havia relatado em um post anterior, estarei divulgando alguns relatos de mulheres que, previamente me autorizaram a divulgar as situações de sofrimento vivenciadas pelas mesmas. Dessa forma, os nomes apresentados serão codinomes para que assim seja mantido em sigilo as suas respectivas identidades.

Pois bem, hoje a nossa guerreira será chamada de Eleonor, que é uma mulher de fibra, socialmente bem sucedida e muito inteligente, mas como muitas mulheres, infelizmente, ela tem sofrido HORRORES com o seu esposo.

Eleonor é Professora e está casada há três anos, três anos que, segundo ela, tem sido marcado por dores, hematomas e muito, muito sofrimento, a nossa companheira desabafou uma situação EXTREMAMENTE lastimável a qual passou, segundo ela, o seu marido, que é motorista, pediu-a que passasse ferro em sua farda de trabalho, porém, como ela encontrava-se muito atarefada com a preparação do almoço e ainda estava atrasada para dar suas aulas, esqueceu assim de realizar a tarefa solicitada pelo esposo. 

Ao chegar em casa após um exaustivo dia de trabalho, Eleonor deu de cara com o seu marido com as roupas nas mãos e aos berros ordenava que a mesma passasse o ferro conforme ele - o marido - havia solicitado. Apesar da exaustão Eleonor prontamente dirigiu-se a área de serviço e engomou, passou ferro e deixou as roupas estendidas no Box do banheiro, como sempre fazia. Minutos depois Eleonor surpreendeu-se com os gritos de seu esposo que julgava a farda como mal passada. Agarrada pelo braço esquerdo, Eleonor foi atirada ao chão e chutada quatro vezes pelo companheiro, sentindo-se muito abatida, Eleonor decidiu trancar-se em seu quarto. 

Horas depois do ocorrido, segundo Eleonor, o marido pediu desculpas e justificou sua ação devido ao estresse sofrido no trabalho, ela o perdoou, mas tem medo que a mesma situação se repita. Eleonor me procurou, Raimundo Junior -  O Defensor Feminista, e sem questionamentos a respondi: 

"Eleonor, senti a sua dor ao ser jogada ao chão, senti a sua dignidade ser lançada ao solo como algo desprezível e sem utilidade. Certamente você sabe que essa situação é caso de polícia, sim, de polícia! Você foi brutalmente violentada, agredida tanto de forma física como psicológica, física pelo fato do seu companheiro "chutá-la" quando jogou-a no chão, e psicológica ao tratar-lhe com "berros". Olha, compreendo as suas dúvidas e receios, mas situações como a que você vivenciou são tidas como comuns e corriqueiras em muitas lugares no Brasil. Louvado seja Deus por você não ter quebrado nenhum osso do seu corpo, já pensou se isso tivesse acontecido? Eleonor, você é mulher e merece respeito, você é protagonista de sua história e merece vive-lá da melhor forma, com amor, respeito e dignidade, não permita que sua vida se resuma a agressões e dores internas e externas. Tenho certeza de que você já vivenciou outras situações semelhantes a confessada, ou até piores, você não me procurou por acaso, o desabafo é um sinal que simboliza o BASTA que você quer dar e não estar conseguindo, só lhe digo mais uma coisa, A DECISÃO é SUA, você é a protagonista de sua vida, portanto é você quem deve por um ponto final, ou de seguimento nas situações vivenciadas com o seu agressor, o meu mais sincero desejo é que você opte pela escolha certa."

E aqui se encerra o caso de hoje, o caso de Eleonor, uma mulher agredida, que infelizmente ainda teme o seu marido. O caso relatado por ela não é diferente dos vivenciados por muitas mulheres em nosso País, Eleonor pode dar um basta nas agressões as quais sofre, mas ela também pode continuar sentindo os reflexos das dores e aflições que a permissividade pode lhe propor. Espero que tanto ela, quanto vocês que se identificam com o caso dela, tomem a atitude correta que é denunciar os sofrimentos causados as autoridades competentes.